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Excelente atuação defensiva explica vitória sobre Vancouver, 1-0

Cody Cropper vs. Vancouver Whitecaps FC

Com um golo solitário de Teal Bunbury, aos 53 minutos de jogo, o New England Revolution regressou às vitórias em jogo disputado no sábado à noite, no Gillete Stadium, frente ao Vancouver Whitecaps. O encontro esteve integrado na ‘Noite Portuguesa’ e levou 19.911 espetadores ao estádio.


Conforme o próprio resultado sugere, não foi fácil este triunfo sobre a formação Canadiana, mas desta feita a inspiração defensiva da equipa, contrariamente ao que tem sucedido em certas fases da temporada, marcou a diferença.


O técnico Jay Heaps alterou o quarteto defensivo, com Je-Vaughn Watson a ocupar o lugar de defesa esquerdo, pelo que Kelyn Rowe regressou à sua posição na linha média. Por conseguinte, Scott Caldwell foi relegado para o banco, Teal Bunbury manteve a titularidade e foi fazer companhia a Kei Kamara no ataque, e Juan Agudelo passou a ser opção para a segunda parte.


“Considerámos que se conseguíssemos atacar esta equipa [Vancouver] lateralmente iríamos ter várias oportunidades para o Kelyn, quando estivesse nas fachas, fazer cruzamentos,” explicou Jay Heaps no final da partida. “Além disso queríamos ter alguém mais alto na defesa…por isso pensámos que se conseguíssemos colocar um defesa mais alto no Je-Vaughn e conseguíssemos colocar o Kelyn numa posição onde poderia ser mais eficaz, poderíamos ter oportunidade [de ganhar].”


E o certo é que o jogo esteve sempre algo amarrado, com as duas equipas a esbarrarem na falta de espaços. Daí que praticamente não tenham surgido situações de perigo durante os primeiros 45 minutos de jogo.


O primeiro momento de alguma emoção só ocorreu aos 20 minutos quando Diego Fagundez, de forma inteligente, soltou para Bunbury no momento em que este arrancou, mas o guardião Stefan Marinovic leu bem a jogada e saiu de entre os postes para evitar o remate de Bunbury.


Vancouver tentou responder, aos 37 minutos, num lance trabalhado por Nikolás Mezquida, na esquerda, seguido de cruzamento para dentro da área, onde surgiu Fredy Montero a cabecear. Mas, o remate do antigo avançado do Sporting CP saiu demasiado alto, por sobre a barra.


Teal Bunbury torna a marcar

A segunda parte estava a decorrer da mesma forma, mas tudo mudou aos 53 minutos. Kei Kamara ganhou um ressalto já dentro do meio campo adversário e entregou a Kelyn Rowe, que correu em direção à linha final e depois cruzou largo, surgindo Teal Bunbury, à entrada da grande área, a fuzilar na passada, sem hipóteses para Marinovic.


“Esta noite teria que ser uma jogada especial [para se chegar ao golo] e o Kevin fez uma descida incrível e lançou um passe fantástico para dentro da área,” explicou Bunbury. “Eu tentei medir o tempo de entrada e ele colocou lá a bola perfeitamente, eu quis apenas colocar o remate e consegui fazer o 1-0.”


O jogo ganhou mais animação com este golo e as duas equipas mostraram-se empenhadas em atacar, mas sempre sem grande fluidez. A luta a meio campo, a pressão alta, e a tenacidade defensiva continuaram a complicar e impedir a criação de jogadas de perigo.


Aos 65 minutos, os dois técnicos foram aos seus bancos para tentar mudar o rumo da partida. Mezquida cedeu o lugar a Yordy Reyna na turma visitante e Bunbury foi rendido por Juan Agudelo.


E os visitantes estiveram muito perto do empate, aos 70 minutos. Na sequência de um livre, assinalado a castigar derrube de Antonio Demalea, Cristian Techera rematou colocado, batendo o guardião Cody Cropper, mas a bola foi embater na trave e não entrou.


Portanto, com os visitantes a subirem de rendimento, Jay Heaps compreendeu que era importante reforçar o meio campo, pelo que fez entrar o médio Xavier Kouassi, mais forte e possante nos confrontos diretos, para o lugar de Diego Fagundez.


E aos 84 minutos, Jay Heaps tornou a acautelar-se defensivamente, com a entrada do médio defensivo Scott Caldwell para o lugar de Lee Nguyen.


As alterações trouxeram ainda mais solidez defensiva ao Revolution. Nos minutos finais, Vancouver insistiu, tentou subir mais no terreno, desesperadamente à procura do golo da igualdade, e conseguiu ameaçar no minuto final de compensação. Fredy Montero, que tem estado em grande destaque com quatro golos nos cinco últimos jogos, ganhou um ressalto e rematou quando estava colocado bem dentro da pequena área, mas o guardião Cody Cropper esticou o braço e conseguiu desviar o remate pela linha final, assegurando assim uma vitória crucial.


Todos os jogos são importantes

Com o campeonato a entrar no último terço, todos os jogos assumem importância adicional, algo que ficou bem evidente nas declarações prestadas depois do apito final.


“Todos os jogos agora significam tudo,” disse Teal Bunbury, o herói da noite. “Por isso vir a casa e conseguir os três pontos nesta altura [da temporada] é crucial porque só faltam 11 jogos. Todos estes pontos são importantes para nós, por isso conseguirmos esta vitória por 1-0, não sofrer golos, é importantíssimo. Mas temos que ter a memória curta porque precisamos de nos preparar para o próximo fim-de-semana.”


“O que foi importante nesta vitória foi que não foi apenas um jogador que foi decisivo,” acrescentou Kelyn Rowe. “Basta olhar para aquela jogada [do golo], o Kei [Kamara] segurou bem a bola, encontrou-me na linha lateral, eu dei um toque e sabia que o Teal [Bunbury] se ia desmarcar, como fez durante todo o jogo. Marcámos e depois defendemos, não foi só um jogador a mostrar serviço, foram vários e foi isso que tornou esta vitória mais importante.”


Pela primeira vez nos últimos tempos, o treinador Jay Heaps teve todo o plantel ao seu dispor, algo que lhe permitiu gerir a vantagem.


“Normalmente poderíamos ter ido à procura do segundo golo em vez de tentarmos recuar um pouco,” explicou Heaps. “Mas, considerei que queríamos fechar os espaços. O [Xavier] Kouassi tem estado ansioso para poder regressar e por isso quisemos dar-lhe mais minutos, o [Scott] Caldwell tem jogado imensos minutos, e quisemos colocar o Juan [Agudelo] em campo porque ele é dinâmico.”


“Agora tempos opções…vamos ter luta pelos lugares na equipa, mas ao mesmo tempo vamos poder mudar o rumo do jogo com as substituições.”


Avançado Húngaro Krisztián Németh reforça o Revolution

Uma das novas opções vai ser o avançado húngaro Krisztián Németh, adquirido ao Columbus Crew mesmo em cima do encerramento da janela de inscrições.


“Estamos satisfeitos por termos adquirido o Krisztián e aguardamos com ansiedade a possibilidade de ele ainda ter um impacto nesta temporada,” disse Michael Burns, diretor técnico do Revolution. “O Krisztián é um goleador de dotes comprovados nesta liga e no estrangeiro. Consideramos que a capacidade de liderança e experiência que ele traz para a Nova Inglaterra será um ativo imediato.”


Internacional pela Hungria, Németh, de 28 anos de idade, iniciou a sua carreira com o conhecido MTK de Budapest quando tinha apenas 15 anos de idade.


Dois anos depois, em julho de 2007, Németh foi para o Liverpool FC da Primeira Liga Inglesa mas, não obstante ter obtido vários golos na segunda formação da equipa, não conseguiu agarrar o lugar e acabou por sair, a título de empréstimo, para os gregos do AEK de Atenas.


Em 2010, foi emprestado aos gregos do Olympiacos, regressando ao MTK em 2011-12.


Transitou depois para a Holanda, onde representou o RKC Waalwijk e o Roda JC Kerkrade. Nas 59 presenças na liga holandesa, Németh obteve 13 golos e 11 assistências.


Até que em 2015 foi contratado pelo Sporting Kansas City, tendo registado 10 golos e seis assistências nos 28 jogos que disputou na MLS. A título de curiosidade registe-se que os primeiros sete remates que fez à baliza na liga resultaram todos em golo, feito que só foi conseguido uma outra vez na MLS.


O bom desempenho pelo Sporting resultou na sua aquisição pelo Al-Gharafa SC do Qatar Stars, onde obteve mais 12 golos.


Embora o Revolution esteja bem servido de jogadores para o ataque, designadamente Juan Agudelo, Teal Bunbury, Diego Fagundez, Kei Kamara, Lee Nguyen e Kelyn Rowe, a direção do clube entendeu que não podia desperdiçar a oportunidade de contratar um jogador deste nível.


“Nós andávamos a procurar mais um jogador para o ataque, e o fato de ele não apenas ter jogado neste liga, como o sucesso que teve nesta liga, foram partes importantes [da decisão],” explicou Burns.


O treinador Jay Heaps acredita que Nemeth traz bastante versatilidade à equipa porque pode atuar em várias posições.


“É fundamental termos este tipo de opções no ataque, a versatilidade em várias posições, e alguém com experiência comprovada na liga,” disse Heaps. “Vai haver muita concorrência e os minutos [de jogo] serão divididos pelos jogadores que estiverem a jogar bem.”


Saliente-se que no mesmo dia em que foi anunciada a contratação de Nemeth, o central Claude Dielna realizou o seu primeiro treino com a equipa. São dois reforços importantes para o último terço do campeonato, pois o triunfo sobre Vancouver manteve o Revolution na corrida na luta pelo acesso aos play-offs.


“O fato de termos conseguido trazer dois jogadores e não termos que prescindir de nenhum dos nossos jogadores para os contratar, penso que foi importante para adicionar à nossa lista e adicionar à competitividade que queremos criar para todas as posições no campo,” disse Burns.


Pontos fora precisam-se

A vitória sobre Vancouver acentuou ainda mais a diferença de rendimento entre os jogos no Gillette Stadium e os que têm sido disputados fora de casa. Assim, com este novo triunfo o Revolution passa a ter 26 pontos conquistados em casa, o que contrasta drasticamente com o desempenho em terreno alheio, onde a equipa continua sem ganhar, acumulando escassos três pontos em 11 saídas.


“As nossas derrotas fora de casa é algo que não tem corrido como nós queríamos, é uma questão de mentalidade, por isso este espírito de união nos momentos difíceis é tremendo,” disse Kelyn Rowe ao referir-se à determinação demonstrada frente a Vancouver.  


“Todos os jogos são importantes, especialmente em casa, temos que conseguir o máximo de pontos em casa porque temos sentido dificuldades fora de casa,” acrescentou Lee Nguye. “Precisamos de ganhar alguns jogos fora, mas enquanto conseguirmos manter esta forma em casa vamos ter oportunidade de seguir em frente.”


Com a chegada dos dois últimos reforços, a equipa espera poder começar a mudar a sua sorte em terreno alheio já no próximo domingo, quando for ao Yankee Stadium defrontar o New York City FC.