O golo conseguido por Xavier Kouassi nos minutos finais permitiu ao New England Revolution sair do Yankee Stadium com um empate, 2-2, no jogo disputado na quarta-feira à noite frente ao New York City FC. Para a equipa foi um ponto extremamente importante porque ninguém desanimou, mesmo com os Revs em desvantagem e o jogo a aproximar-se do apito final.
“Foi realmente importante que nunca houve aquela atitude de desistir”, disse o técnico Jay Heaps quando falou para os jornalistas no final do jogo. “Se tu cais a lutar nos últimos quinze [minutos], se estás a perder, gostarias de ver isso. Mesmo depois de termos marcado, pensei que talvez conseguíssemos outro [golo]. Não penso que ninguém tenha atirado a toalha ao chão. Queríamos ver se conseguíamos marcar mais um.”
Como o Revolution ainda não conseguiu ganhar durante os oito jogos disputados fora de casa, uma nova derrota decerto teria afetado negativamente o estado de espírito da equipa.
“Obviamente foi um pouco melhor porque foi fora de casa, seria algo diferente se fosse em nossa casa. Mas, conseguir obter um ponto fora, contra uma boa equipa do Leste, de certo modo é um sucesso,” acrescentou o lateral esquerdo Kelyn Rowe. “Mas, obviamente, não são os três pontos, que é o que nós sempre procuramos. Sim, sentimo-nos um pouco melhor do que se fosse uma derrota, mas obviamente poderia ter sido melhor.”
Xavier Kouassi fez a diferença
O internacional Costa Marfinense entrou aos 67 minutos para o lugar de Gershon Koffie, numa altura em que o Revolution já perdia por 2-1. A sua entrada trouxe uma nova dinâmica e maior agressividade à linha média, mas no fim do jogo o tema de conversa foi a coragem que demonstrou na obtenção do golo do empate.
Uns minutos antes do tento, Kouassi agarrou-se à perna e desistiu duma jogada, porque aparentemente sofreu uma distensão muscular. Porém, embora inferiorizado fisicamente, manteve-se em campo e sua coragem seria premiada aos 86 minutos.
O empate surgiu durante uma fase em que o Revolution estava todo virado para o ataque, na procura do golo que permitisse, no mínimo, a conquista de um ponto. Kelyn Rowe, que iniciou o jogo a lateral esquerdo, na altura estava no flanco direito e conseguiu intercetar com o peito uma tentativa de alívio de Ben Sweat, à entrada da grande área adversária. De imediato deu um pequeno toque na bola e, sem a deixar tocar no solo, enviou depois um cruzamento largo para o coração da área, onde surgiu Kouassi, ao pé coxinho, a elevar-se e a cabecear fora do alcance do guardião Sean Johnson.
“Ele [Kouassi] foi fantástico quando entrou,” disse o guardião Brad Knighton no fim do encontro. “Ele realmente deu-nos um impulso e mudou o jogo. Conseguiu o golo do empate mesmo no fim, e realmente isso mostra a presença que ele tem quando entra e o que significa a sua presença no meio campo.”
Jay Heaps reservou igualmente algumas palavras elogiosas para Kelyn Rowe. Em épocas anteriores, foi um dos melhores médios da equipa, mas este ano Rowe já fez vários jogos a defesa esquerdo, e a qualidade das suas exibições mantem-se sempre a um nível muito elevado.
Quando lhe perguntaram o que pensava da importância que esta versatilidade de Rowe traz à equipa, Heaps começou por dizer que “gostaria de poder encontrar as palavras certas”.
Acrescentou que adora contar com o jogador no seu plantel.
“Tu podes colocá-lo em qualquer posição e ele faz uma boa exibição,” explicou Heaps. “Eu já disse isso anteriormente, tu podes colocar vários jogadores em campo e eles cumprem, mas o Kelyn joga bem. Foi excelente a lateral esquerdo e foi muito bom também a lateral direito. Ele é excelente seja qual for posição em que eu o coloque em campo.”
O empate levantou o ânimo moral
No final do treino de quinta-feira, jogadores e equipa técnica reconheceram a importância deste empate, pois o Revolution não se tem dado nada bem fora de casa, onde conseguiu apenas três pontos nas oito saídas.
“Foi bom,” disse o técnico Jay Heaps. “Demonstrámos uma grande determinação, pois recuperámos duas vezes. Sempre que ficámos em desvantagem, senti que respondemos da forma certa; melhorámos quando a outra equipa marcou.”
“Adorei a nossa resposta e eu senti que no final do jogo estávamos tão fortes que se o jogo tivesse durado mais 10 minutos, talvez tivéssemos conseguido mais um golo.”
“Foi bom,’ acrescentou o lateral direito Andrew Farrell. “Penso que se viu uma grande resiliência em muitos dos nossos jogadores. Estivemos em desvantagem duas vezes, e recuperámos, frente a uma equipa muito boa. Eles são realmente bons em casa.”
“Recuperar na ponta final dá definitivamente um grande impulso mental” concluiu o médio Scott Caldwell. Além disso, a equipa ficou a saber que tem capacidade para recuperar “fora de casa, e [agora] sabemos que podemos fazer isso quando precisarmos.”
Toronto é o líder destacado
O adversário que se segue é o Toronto FC (8-1-5, 29 pontos), líder destacadíssimo da Conferência Leste, equipa que entra em campo com 12 pontos de vantagem sobre o New England Revolution (4-5-5, 17 pontos).
O jogo está marcado para as 17:30 de sábado, no Gillette Stadium. A transmissão televisiva será feita pela CSN New England, com relato de Brad Feldman, comentário de Paul Mariner e entrevistas por Naoko Funayama. Como habitualmente, o relato em inglês será transmitido pela 98.5 The Sports Hub e em Português pela 1570 WMVX Nossa Rádio.
A única derrota sofrida por Toronto neste campeonato ocorreu a 15 de Abril, em Columbus, por 2-1. Mas, o desempenho da turma Canadiana não assusta o Revolution, que continua invicto em casa, onde conseguiu 14 dos seus 17 pontos.
O jovem Diego Fagundez salienta que poder jogar em casa “é definitivamente importante.”
“É o nosso forte, temos jogado bem cá. Por isso precisamos de continuar assim, lutar até ao fim, continuar a fazer o que temos feito e conquistar os três pontos.”
“Sempre que regressamos a casa, ficamos realmente confiantes da forma como podemos jogar e o estilo em que jogamos, e [convencidos] de que levaremos os pontos,” acrescentou Andrew Farrell. “Depois de uma longa semana fora de casa, é bom estar em casa e por isso estou ansioso por sábado.”
“Sim, absolutamente,” concluiu Scott Caldwell. “É um aspeto psicológico mental enorme para nós, pois estamos ansiosos por sabermos que vamos regressar a casa para jogar contra uma grande equipa, e como tal estamos todos ansiosos.”
Parte do problema para o Revolution é o provável desgaste físico que alguns jogadores vão sentir, pois a equipa no sábado disputa o terceiro jogo no curto espaço de oito dias. Por isso, os jogadores reconhecem que será essencial descansar o máximo durante os dois dias que antecedem o jogo frente a Toronto.
“A recuperação é uma parte importante,” reconheceu Diego Fagundez. “Com todos estes jogos que temos feito, especialmente porque fizemos dois jogos em três dias, é difícil.”
“Temos que recuperar e ver se todos estarão prontos, corrigir o que temos de corrigir, ir para casa e claro tentar obter os três pontos,”
“A parte da recuperação é muito, muito importante,” concordou Scott Caldwell.
Para o jovem médio a qualidade do plantel do Revolution também ajuda a evitar desgastes físicos pois o técnico Jay Heaps frente a New York City FC utilizou cinco jogadores no onze inicial que não tinham jogado quatro dias antes frente ao New York Red Bulls.
“Regressar a casa para jogar perante os nossos fãs, sabendo que realmente precisamos de ganhar, vai-nos obrigar a recuperar rapidamente, mentalmente e fisicamente,” concluiu Caldwell.
“Vamos ter alguns rapazes cansados e vamos ter outros que vão precisar de encontrar uma maneira – uma força de vontade – porque nós vamos ter que usar jogadores que fizeram os 90 minutos em dois jogos consecutivos no espaço de uma semana,” disse Heaps.
Quem aparentemente não vai estar disponível é Xavier Kouassi, devido à lesão muscular sofrida na quarta-feira em Nova Iorque.
“Não tenho nenhuma informação atualizada,” respondeu Jay Heaps quando, depois do final do treino de quinta-feira, lhe perguntaram como estava o internacional Costa Marfinense. “Ele está a fazer todos os testes neste momento e está tudo feito. Obviamente ele deu tudo o que tinha a dar. No fim do jogo não conseguia andar. Não parece muito provável em termos de recuperar e estar apto para jogar no sábado. Só esperamos que não seja uma lesão a longo prazo.”
As armas de Toronto
Já se passaram oito jogos desde a última derrota de Toronto, que nesse período conseguiu 22 dos 24 pontos em disputa. Mas, nesta partida os visitantes vão ter três ausências de peso, designadamente Jozy Altidore e Michael Bradley, que se encontram em estágio com a seleção dos Estados Unidos, e ainda Marky Delgado, que foi expulso no último encontro e por conseguinte está suspenso.
Mesmo assim, Toronto vai ser um adversário extremamente complicado. A estrela principal da equipa continua a ser o internacional Italiano Sebastian Giovinco, que no ano passado obteve 17 golos e 15 assistências nos 28 jogos que disputou. Na temporada em curso, devido a lesão já falhou cinco jogos mas continua com a pontaria afinada pois obteve seis golos em nove partidas.
O reforço principal de Toronto é o médio espanhol Victor Vazquez, formado na famosa escola do Barcelona FC. Neste ano de estreia, lidera a MLS com oito assistências e também já marcou três golos.
“Eles têm muitas opções, muito jogadores que podem jogar em lugares diferentes,” indicou Andrew Farrell. “Vai ser uma tarefa difícil. Eles são uma equipa que está em grande forma. A equipa em melhor forma na liga, e nós estamos entusiasmados por finalmente termos oportunidade de jogar contra eles, especialmente em casa.”
“É uma equipa que está no topo da tabela, que obviamente tem tido um desempenho muito bom este ano,” acrescentou Scott Caldwell. “É algo com que nós vamos ter que lidar, mas estamos ansiosos pelo confronto e sabemos que eles têm um ataque muito forte e são sólidos defensivamente. Portanto, vamos ter que nos preparar para isso e obter o resultado [vitória] em casa, perante os nossos adeptos.”
A concluir o técnico Jay Heaps reconheceu que Toronto tem “uma excelente equipa. O seu historial sobressai. Estão a ganhar jogos fora de casa, eles são perigosos em casa, muito simplesmente são uma equipa muito completa e que recebeu alguns reforços importantes.”
Curiosamente, o historial do confronto entre as duas equipas é nitidamente favorável ao Revolution, pois Toronto registou apenas cinco vitórias nos 24 jogos disputados até ao momento. Por sua vez os Revs têm 10 triunfos e os outros nove jogos terminaram empatados, pelo que o ideal seria que esta tendência continuasse no sábado.