Um golo de grande categoria de Lee Nguyen, logo aos três minutos, encaminhou o New England Revolution para uma vitória crucial, por 3-1, sobre o Columbus Crew no jogo disputado sábado à noite no Gillette Stadium, perante 18.434 adeptos.
Para uma equipa pressionada pelas derrotas recentes, o golo do médio da turma de Foxboro foi tónico importante.
“[O bom começo] foi muito importante,” confirmou o técnico Jay Heaps após o final da partida. “O jogo desta noite foi um grande teste para todos. Nós exigimos imenso da rapaziada, muitos deles têm jogado imensos minutos nos três últimos jogos, e nós temos exigido imenso a alguns deles. Pareceu-me que a abordagem que fizemos foi muito boa.”
O golo inicial foi muito bem trabalhado. Tudo começou numa descida pela direita, seguida de mudança de flanco a colocar o esférico em Chris Tierney, que cruzou tenso, na direcção de Kei Kamara. Um dos centrais visitantes conseguiu desviar, de cabeça, mas a bola sobrou para Lee Nguyen, que controlou com o peito e depois fuzilou a baliza de Steve Clark, fazendo o esférico entrar junto ao ângulo superior direito, sem hipóteses para o guardião visitante.
A inspiração inicial manteve-se e o segundo golo poderia ter surgido aos 10 minutos. Uma bola interceptada perto da área visitante sobrou para Tierney, que tornou a cruzar tenso, para o primeiro poste, desta feita à procura de Teal Bunbury. Em queda, este tentou desviar de cabeça, à entrada da pequena área, mas não conseguiu a emenda e a oportunidade gorou-se.
Quatro minutos volvidos, a turma visitante poderia ter chegado ao empate. Numa descida rápida, Chad Barson lateralizou para Justin Meran e este meteu em profundidade para Ethan Finley, que apareceu solto na pequena área, mas Brad Knighton, titular nesta partida devido à suspensão de Bobby Shutlleworth, saiu decididamente para encurtar o ângulo e conseguiu desviar o remate pela linha final, evitando o golo que parecia certo.
Estava-se na fase do jogo em que Columbus tinha mais posse e começava a aproximar-se com mais frequência da baliza da casa, mas gradualmente o Revolution foi sacudindo a pressão.
Aos 27 minutos, Kelyn Rowe apanhou um ressalto e disparou a 30 metros, pregando um grande susto a Clark, pois a bola saiu a rasar o poste, e três minutos depois o banco do Revolution ficou a reclamar quando Kei Kamara caiu na área no momento em que tentava desviar um cruzamento de Tierney. O árbitro, Mark Geiger, mandou seguir o jogo.
O segundo golo apareceu aos 34 minutos, novamente numa boa jogada. Nguyen soltou para Kamara na esquerda e este cruzou rasteiro. Para tentar impedir que a bola chegasse a Kelyn Rowe, o central Wil Trapp lançou-se ao solo mas acabou por ser infeliz e desviou a bola para o fundo da própria baliza.
“Ele (Nguyen) fez-me um grande passe e eu sabia que não tinha ângulo para fazer golo e o melhor que poderia fazer era cruzar atrasado para dentro da área e quando fiz isso estava esperançado que o Kelyn conseguisse chegar à bola, mas o (Wil) Trap chegou lá. Foi bom,” explicou Kamara.
Mas, a turma visitante não desanimou e reduziu a desvantagem a três minutos do intervalo. Tony Tchani viu espaço na defesa dos Revs e lançou para Ola Kamara, que se desmarcara bem e rematou rasteiro, de ângulo já apertado, levando a bola a passar por debaixo de Knighton.
No segundo tempo, o Revolution tornar a surgir mais determinado e criou os primeiros lances de perigo.
Aos 52 minutos, Kei Kamara ganhou um ressalto fortuito e obrigou Clark a defesa apertada.
Logo a seguir, cheirou-se a golo. Um mau passe de Wil Trapp foi interceptado por Teal Bunbury, com a bola a seguir para a grande área visitante. Clark saiu da baliza, obrigando o avançado do Revolution a flectir para a sua direita, de onde cruzou rasteiro, na direcção de Kei Kamara. Michael Parkhurst, antigo central dos Revs, lançou-se ao solo e desviou o primeiro remate e tornou a impedir a recarga.
Aos 65 minutos, nova oportunidade. Excelente trabalho de Rowe, na esquerda, a bater um adversário, a ir à linha e a cruzar largo. Kei Kamara não chegou à bola, que seguiu até Bunbury, junto ao segundo poste, mas este atirou demasiado alto.
Saber aproveitar o brinde
O 3-1 apareceu aos 71 minutos, num lance fortuito. Com excelente visão, Nguyen colocou em Bunbury, solto na esquina da área. Mas, em vez de rematar, o avançado do Revolution tentou a finta e acabou por embater no adversário. Porém, a defesa de Columbus também não decidiu da melhor forma porque Waylon Francis e Chad Barson chocaram, permitindo que a bola sobrasse para Kei Kamara e este não se fez rogado, fuzilando a baliza de Steve Clark.
“Eu queria marcar em casa e quando alguém te dá um brinde, eu tenho de aproveitar, se quando te dão um brinde, tu não consegues aproveitar, então não mereces o brinde,” disse Kamara. “Adorei isso, ter sido o meu primeiro em frente a este público, foi incrível.”
Columbus teve uma última oportunidade de reduzir, aos 89 minutos, mas o remate violento de Wil Trapp, de fora da área, embateu estrondosamente no poste direito e saiu.
Treinadores explicam o resultado
Para Jay Heaps, a diferença entre este encontro e a derrota de quarta-feira, frente ao líder New York City FC, ficou a dever-se a “um pouco mais de empenho, uma maior presença durante 90 minutos e nesta liga esses pequenos detalhes fazem toda a diferença e por isso temos de continuar assim. A mentalidade, o sentido de urgência [espírito] de luta, a força de vontade. Nós temos qualidade suficiente para ganhar às outras equipas mas temos de trazer primeiro essa [atitude] e depois [ir] ao jogo.”
Já Gregg Berhalter, técnico de Columbus, considerou que a diferença esteve nos detalhes.
“A maneira como eu analiso este jogo, a maneira como vejo, é que nos faltou qualquer coisa nos momentos decisivos,” disse Berhalter na conferência de imprensa realizada após a conclusão da partida. “A forma como jogamos foi aceitável, a entrega foi aceitável, mas falhamos nos momentos decisivos, sem dúvida.”
“Hoje estava concentrado” -Kei Kamara
Um dos aspectos mais comentados desta partida foi o facto de Kei Kamara, o melhor marcador da MLS em 2015, ter defrontado pela primeira vez a sua antiga equipa.
Quando lhe perguntaram se entrara ansioso, o internacional da Serra Leoa explicou que estivera relativamente calmo porque “estava concentrado, estava concentrado pois a equipa não tem conseguido aquilo que pretendíamos em certos jogos e por isso disse para mim próprio, não posso permitir que isto seja sobre aquilo que eu pretendo para mim, mas sim sobre aquilo que a equipa pretende.”
“Penso que ele [Kamara] foi fantástico [neste jogo], trabalhou imenso,” acrescentou Jay Heaps. “Quando ele trabalha muito e o Lee [Nguyen] trabalha muito, todos os outros trabalham um pouco mais pois sabem que estes são os nossos atacantes mais importantes e a forma como eles defenderam, a forma como pressionaram e a forma como estiveram envolvidos no ataque joga a nosso favor.”
Com este triunfo o Revolution subiu ao sexto lugar da tabela classificativa, entrando assim novamente num dos lugares que dá acesso aos playoffs.