FOXBOROUGH, Mass. - Uma vez mais no início da temporada nem o tempo nem o calendário foram muito amigos do New England Revolution. O calendário não ajudou nada porque os dois primeiros jogos foram disputados fora de casa, precisamente contra as duas equipas, Colorado Rapids e Dallas FC, que melhor desempenho tiveram a jogar no seu terreno em 2016, uma única derrota em 34 jogos.
E o tempo também complicou a situação porque a estreia em Foxboro, que estava marcada para o passado dia 11, frente a Orlando, foi adiada devido às temperaturas frígidas que por aquela altura abalaram o sudeste da Nova Inglaterra.
Mesmo assim, a equipa até deu boa conta de si nestes dois primeiros jogos, mas não conseguiu pontuar. No passado sábado, o Revolution entrou muito bem no jogo em Dallas e conseguiu mesmo adiantar-se no marcador, numa grande penalidade convertida por Lee Nguyen logo aos 10 minutos.
E até aos últimos 20 minutos da partida ficou-se com a sensação de que o Revolution tinha a situação controlada. Mas, duas más abordagens defensivas permitiram que a turma da casa fizesse a remontada e o Revolution saiu de Dallas com uma frustrante derrota, 2-1.
Derrota em Dallas já foi digerida
No treino de terça-feira, passadas cerca de 72 horas depois do jogo, equipa técnica e jogadores, não obstante a derrota, conseguiram encontrar aspetos positivos na exibição em Dallas.
O técnico Jay Jeaps considerou que foi uma exibição positiva, pois “em termos defensivos penso que fizemos algumas coisas muito benfeitas, estivemos bem colocados no terreno, tudo o que eles criaram foi em livres ou pontapés de canto, não foram erros defensivos. A nossa pressão esteve bem durante 70 minutos, e depois duas jogadas mudaram totalmente o rumo do jogo.”
O avançado Kei Kamara, que esteve perto do golo em duas ocasiões criadas por si próprio, concordou que “em todos os jogos há aspetos positivos que podem ser retirados, penso que o nosso ritmo de trabalho foi muito bom, todos entraram em campo dedicados a conseguir tirar pontos a Dallas, que é uma das melhores equipas desta liga.”
No entanto, Kamara chamou a atenção dos colegas porque “o jogo em Dallas mostrou-nos realmente algumas das coisas que temos que trabalhar para podermos competir contra as boas equipas desta liga.”
Depois de salientar que “trabalhámos imenso durante 70 minutos, não foi o que todos nós queríamos, mas podemos retirar muitos aspetos positivos porque a equipa trabalhou imenso”, o jovem Diego Fagundez reconheceu que a derrota surgiu porque “não fechámos o jogo conforme queríamos.”
E o lateral esquerdo Chris Tierney salientou que a equipa demonstrou a atitude certa.
“Não foi o resultado que nós pretendíamos, mas penso que levámos a atitude certa para o jogo,” explicou Tierney. “Trabalhámos imenso e mentalmente tivemos a abordagem certa, pelo que se continuarmos a fazer isso durante o resto da temporada iremos conseguir os resultados certos.”
Xavier Kouassi impressionou na estreia a titular
Outro dos aspetos positivos a sair do jogo em Dallas foi a estreia a titular de Xavier Kouassi, o internacional da Costa do Marfim que falhou a temporada passada devido à lesão que contraiu no ligamento cruzado do joelho quando ainda estava na Suiça.
Kouassi tem vindo a melhorar gradualmente a sua forma física e neste jogo já conseguiu cumprir 80 minutos. A sua exibição agradou a todos, especialmente ao treinador, pois a equipa tem sentido a falta da sua agressividade a meio campo.
“Penso que ele [Kouassi] fez uma excelente exibição,” disse Heaps. “Na primeira parte esteve quase perfeito, na sua colocação no terreno, a intercetar passes, na minha opinião retirou pressão aos nossos centrais ao ganhar as segundas bolas, permitindo assim que eles se preocupassem apenas com as bolas que estavam atrás deles.”
Chris Tierney também aprovou a exibição do colega.
“Pode-se notar a qualidade que o Kouassi tem,” indicou Tierney. “Ele esteve bem, fez muitos cortes e manteve a bola a circular. À medida que for continuando a sentir-se confortável e recuperar a sua forma física, vamos vê-lo tornar-se parte importante da nossa equipa.”
A estreia em Foxboro
Por ser a única equipa que ainda não pontuou na MLS, o Revolution precisa de começar a recuperar terreno, principalmente nos jogos em casa. Por isso, há uma grande expectativa, misturada com alguma ansiedade, em relação à estreia, este sábado, perante os seus fãs. Mas, existe também o reconhecimento de que é preciso pontuar, o que aumenta a pressão para este jogo.
“Em qualquer jogo em casa, qualquer estreia em casa, há pressão,” reconhece Jay Heaps. “E é uma pressão boa. Estamos cá, queremos jogar bem perante o nosso público, queremos que o nosso público tenha impacto no jogo, queremos motivá-los para o jogo e queremos conseguir três pontos. É essa a mentalidade.”
“Estamos todos bastante entusiasmados por podermos disputar o nosso primeiro jogo em casa, penso que todas as outras equipas na liga já jogaram no seu estádio e isso ajuda, pelo que estamos ansiosos por disputar este jogo aqui [em Foxboro]”, acrescentou Kei Kamara. “Vamos procurar só uma coisa, que são os três pontos, mas não podemos conseguir os três pontos se não marcarmos golos.”
“Quando jogamos em casa, temos um estilo de jogo diferente, por qualquer motivo jogamos muito melhor em casa,” acrescentou DiegoFagundez. “Estamos todos muito entusiasmados por jogarmos em casa pela primeira vez, queremos mostrar a todos os nossos fãs que estes dois jogos fora de casa foram difíceis, mas estamos preparados para jogar e vamos conseguir o resultado.
“Estamos em casa e queremos tornar isto num lugar difícil para se jogar, por isso vamos dar tudo o que temos, e ter a certeza que marcamos golos para que os fãs saiam satisfeitos.”
“Esperamos sempre vencer os jogos em casa,” concluiu ChrisTierney. “Este não é diferente. Contra uma equipa de Minnesota que se estreia na liga e que ainda está a tentar encontrar o seu caminho, sentimos que estes são os jogos que temos de ganhar.”
O que se pode esperar de Minnesota
Na realidade este é verdadeiramente o tipo de jogo que o Revolution necessita de vencer. Minnesota, que faz este ano a sua estreia na MLS, tem sentido imensas dificuldades, especialmente a defender, já que consentiu 13 golos nos três primeiros jogos, de longe o pior desempenho em toda a liga. Além disso, a equipa estará desfalcada de quatro jogadores que vão estar com as suas respetivas seleções (Rasmus Schuller, Francisco Calvo, Johan Vanegas e Kevin Molino). Justin Davis também falha o jogo por estar suspenso.
Mas, o Revolution não pode pensar em facilidades.
“Eu penso que para nós é muito importante estarmos focados em nós próprios,” sugeriu o técnico Jay Heaps. “Eles vão ter algumas mudanças, mais devido aos jogos internacionais, por isso vamos ter que fazer algumas alterações na nossa equipa inicial, temos que fazer algumas alterações para conseguirmos o que fazemos melhor. Estamos ansiosos pelo jogo, porque penso que as duas equipas vão dar tudo por tudo.”
“Não podemos subestimar Minnesota,” avisou Kei Kamara. “Se olharmos para o que fizeram no último jogo, contra Colorado, marcaram dois golos. Nós fomos a Colorado e não pontuámos, mas eles saíram de lá com um ponto, por isso temos que os respeitar, mas ao mesmo tempo mostrar-lhes que tipo de equipa é que nós somos.”
“Eu penso que vamos ver uma equipa cujo objetivo principal será tentar manter-nos em branco, jogar à defesa e procurar surpreender-nos no contra-ataque,” concluiu Chris Tierney. “Temos que ter a certeza que levamos connosco o nosso melhor futebol ofensivo, mas também estarmos fechados para evitar golos mal consentidos no contra-ataque.”
A atitude demonstrada nos treinos desta semana deixou bem claro que todos pensam que o único resultado aceitável no sábado é a vitória. Para a conseguir, será necessário continuar a mostrar solidez defensiva, mas acima de tudo precisa-se que o ataque finalmente mostre todo o seu potencial, e repita o que fez em Foxboro na parte final da última temporada –quatro jogos, quatro vitórias, 11-1 em golos.
O pontapé de saída no sábado está marcado para as 14:00. Como sempre o jogo será transmitido pela CSN New England, com relato, comentário e entrevistas por Brad Feldman, Paul Mariner e Naoko Funayama. O relato em inglês estará a cargo da 98.5 The Sports Hub e em Português na 1570 WMVX Nossa Rádio.