Tudo correu mal na deslocação a Chicago no sábado à tarde, pois o lateral esquerdo Je-Vaughn Watston viu dois cartões amarelos no curto espaço de seis minutos a meio da primeira parte, obrigando assim o New England Revolution a jogar os últimos 63 minutos da partida em inferioridade numérica.
E quando parecia que a equipa ia conseguir chegar ao intervalo sem que o marcador funcionasse, um bom trabalho individual do antigo internacional Alemão Bastian Schweinsteiger permitiu que a turma da casa se adiantasse no marcador a escassos 30 segundos do descanso. Um bom passe de Luis Solignac encontrou Schweinsteiger em boa posição dentro da área dos Revs, onde conseguiu suportar a carga do central Antonio Delamea antes de rematar fora do alcance do guardião Cody Cropper.
O primeiro amarelo de Watson, aos 21 minutos, numa bola dividida com Solignac, deixou algumas dúvidas. Mas, o segundo, seis minutos depois, um derrube pelas costas ao mesmo jogador, não deu alternativas ao árbitro Ted Unkel.
De imediato, o técnico Jay Heaps fez o médio Kelyn Rowe recuar para lateral esquerdo, e a equipa conseguiu equilibrar-se taticamente até surgir o golo do mais recente reforço do Fire.
E se a primeira parte tinha acabado mal, a segunda começou ainda pior pois o Fire aumentou a vantagem logo aos 47 minutos.
Uma vez mais foi Solignac quem iniciou o lance, com um cruzamento na direção de Michael de Leeuw. Delamea conseguiu impedir o remate deste, mas a bola sobrou para NemanjaNikolic, que foi mais lesto a reagir e bateu Cropper.
A jogar com menos um homem, Jay Heaps reconheceu que seria muito difícil evitar a derrota pelo que no curto espaço de 14 minutos substituiu três dos seus jogadores mais adiantados --Lee Nguyen, Kei Kamara e Juan Agudelo.
A ideia foi tentar poupar os jogadores, pois esta semana o Revolution, no regresso a casa, joga na quarta-feira, frente a San Jose, e também no sábado, contra D.C. United, ou seja terá de fazer três jogos no curto espaço de oito dias.
“Este tem que ser um daqueles [jogos] em que a equipa sai muito rapidamente porque muito simplesmente não temos tempo suficiente para ficar sentados a pensar,” explicou Jay Heaps depois do fim do jogo. “É uma mudança rápida, vamos defrontar uma boa equipa de San Jose, e já começámos a falar sobre o que precisamos fazer para recuperar os nossos corpos, pormos a nossa cabeça no seu lugar e estar preparados para jogar na quarta-feira.”
Nemanja Nikolic, com assistências de David Accam e Bastian encerrou a contagem aos 73, minutos, dando assim ao Revolution a sua derrota mais desnivelada, 3-0, da temporada.
No diálogo com a comunicação social depois do apito final em Chicago, Jay Heaps explicou que decidira dar a titularidade a Je-Vaughn Watson para tentar minimizar a superioridade do Fire na linha média.
“Queríamos reforçar o nosso meio-campo,” explicou Heaps. “Nós queríamos ganhar bolas a meio-campo, algo que penso que estávamos a fazer. Penso que o plano de jogo na verdade estava a sair bem.”
O problema foram os cartões amarelos.
“Fomos difíceis de ultrapassar até ao último minuto da [primeira] parte,” lamentou Jay Heaps. E depois surgem esses momentos no jogo em que tu consentes um golo no princípio de uma das partes e logo a seguir ao intervalo; até um certo ponto, isso não é futebol. Isso é uma mentalidade.
“O cartão vermelho e os dois golos antes e depois do intervalo frustraram todos nós.”
Regresso a casa à procura de vitórias
Transformar o Gillette Stadium num inferno para as equipas visitantes é um dos grandes objetivos do Revolution para a temporada em curso. Até ao momento, o plano tem resultado pois nos dois jogos disputados em casa neste início da época o Revolution registou duas vitórias, com 7-2 em golos, pelo que a ideia é continuar a onda vitoriosa na quarta-feira, frente ao San Jose Earthquakes.
“Nós queremos definitivamente tentar transformar este lugar [Gillette Stadium] no nosso forte,” confirmou o avançado Juan Agudelo. “Não queremos que nenhuma equipa venha cá e se sinta confortável. Precisamos de fazê-los entender que, se vierem cá, vai ser uma batalha e não vão sair daqui com pontos. Isso é muito importante para nós, e estamos muito entusiasmados com os nossos jogos em casa.”
“Eu penso que é uma questão de mentalidade. É algo que muitas equipas estão a tentar fazer nos seus estádios, e é por isso que é difícil conseguir pontos fora de casa,” acrescentou o avançado Kei Kamara. “Como tal, nós definitivamente temos que continuar a fazer isso, usar os nossos fãs aqui e usar o nosso relvado para criar desvantagens para todas as equipas que cá vierem. Para nós, uma vez mais, [o importante é] a mentalidade que realmente nos traga a atitude certa para cada jogo em casa."
O central Joshua Smith, que assumiu a titularidade há três jornadas, reconhece que todos os jogos em casa “são importantes para nós. Vamos jogar frente aos nossos fãs e queremos ganhar. O nosso trabalho é ganhar em casa e fazer tudo que pudermos para alcançar esse objetivo.”
A concluir, o treinador avisou Jay Heaps não quer euforias só por se jogar em Foxboro. Para ele a abordagem tem que ser “um jogo de cada vez. Eu acho que para nós, o nosso foco é quarta-feira.”
E para que a equipa consiga ter sucesso, será necessário adotar uma mentalidade que vise criar grandes dificuldades a todos os visitantes.
“Eu penso que a ideia é que cada vez que alguém cá vem, queremos que eles saibam que nos defrontaram e que nós demos o nosso melhor. Sempre que temos conseguido fazer isso, temos sido muito bons em casa,” concluiu Jay Heaps.
O que se pode esperar de San Jose
San Jose ainda não perdeu em casa, registando duas vitórias e dois empates, mas continua à procura do seu primeiro ponto fora de casa. Nas duas deslocações sofreu outras tantas derrotas, 3-1 frente ao Sporting de Kansas City a 18 de Março, e depois por 2-1 contra o New York City FC, a 1 de Abril.
Mas, mesmo os dois últimos jogos no seu terreno, ambos empates, foram decididos muito, muito perto do apito final. A 8 de Abril, um golo de Chris Wondolowski no último minuto da partida permitiu o empate, 1-1, frente a Seattle. E na semana passada, o golo da igualdade, no jogo frente ao Dallas FC, foi conseguido no segundo minuto de compensação.
“Eu penso que estivemos OK,” disse o treinador Dominic Kinnear na conferência de imprensa pós-jogo. “Na primeira parte estávamos a carburar bem. Começámos a oferecer a bola e colocámo-nos sob pressão; quando tu tens a bola e abres espaços, e perdes a bola, há espaços que eles podem atacar. Temos que ser um pouco mais inteligentes.”
Por sua vez, o técnico Jay Heaps não quer que os seus jogadores pensem em facilidades. Por isso já avisou que San Jose tem uma boa equipa.
“Eles são uma boa equipa. Quando tu olhas para San Jose e olhas para as peças que eles acrescentaram, as peças que estão a melhorar – e quando digo cada melhorar, quero dizer com maturidade. Eles tiveram alguns jogadores jovens que cresceram com os jogos. Eles são, para mim, uma equipa que é bem treinada. Todos conhecem o Dominic e eu conheço muito bem o Steve Ralston. Sei que eles vão estar preparados e obviamente eles são uma equipa que nós vamos ter que levar a sério.”
“Eu penso que o Chris Wondolowski tem sido um avançado incrível na MLS,” acrescentou Joshua Smith. “Todos o conhecem. Tenho-o visto a jogar há anos. Vamos montar um plano de jogo e segui-lo da melhor forma possível.”
“Eles vão ser uma equipa difícil,” acrescentou Kei Kamara. “Mas estamos ansiosos porque vamos jogar em casa e espero que isso possa ser uma motivação para nós.”
Nas últimas 21 deslocações, os Quakes conseguiram apenas uma vitória, por 2-1, a 12 de Agosto, em Vancouver. Por isso, os jogadores do Revolution já esqueceram o desaire em Chicago e estão decididos a oferecer mais uma vitória ao seu público.
“Sim, definitivamente estou mais entusiasmado por poder jogar e possivelmente ter mais oportunidades de golo, oferecer mais oportunidades e criar mais oportunidades,” disse Juan Agudelo. “Não foi um jogo divertido [em Chicago] para qualquer um dos avançados. Defendemos muito, por isso espero que possamos fazer um jogo melhor nesta quarta-feira.”
O encontro frente a San Jose terá o seu pontapé de saída pelas 19:30 de quarta-feira. A CSN New England tem a transmissão televisiva, com relato de Brad Feldman, comentário de Paul Mariner e entrevistas por Naoko Funayama. Conforme é habitual, o relato estará a cargo da 98.5 The Sports Hub em inglês e da 1570 WMVX Nossa Rádio em Português.