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Revs regressa a casa para receber o líder destacado, Toronto FC

Juan Agudelo vs. Toronto FC

Na receção ao Toronto FC, líder destacadíssimo da Conferência Este (18-4-8, 62 pontos), o New England Revolution (10-14-5, 35 pontos, oitavo lugar) vai ser orientado pela primeira vez por Tom Sohen, nomeado treinador interino na terça-feira em substituição de Jay Heaps, que foi destituído do cargo de treinador principal depois de mais duas derrotas consecutivas em jogos disputados fora de casa.


Na base da saída de Jay Heaps está a irregularidade da equipa, especialmente nos jogos fora de Foxboro, onde o Revolution conseguiu apenas três pontos nas 15 saídas, tornando-se assim na única formação na MLS que ainda não conseguiu vencer em terreno alheio.


A decisão não foi fácil, pois Jay Heaps passou as 17 últimas temporadas com o Revolution, nove como jogador, duas como comentador nas transmissões televisivas e as seis últimas como treinador.


“Foi certamente uma decisão extremamente difícil de deixar sair o Jay, atendendo ao muito que ele tem significado para esta organização, tanto como jogador, como treinador, e a importância que esta posição tinha para ele,” explicou Michael Burns, Director Técnico do New England Revolution, ao fim da tarde de terça-feira. “[A decisão] certamente não foi tomada de bom grado.”


O Revolution tinha vindo a recuperar terreno na classificação, mas as duas derrotas, 7-0 em Atlanta e 3-1 frente ao Sporting Kansas City, em jogos em que a equipa viu três jogadores expulsos ainda durante as primeiras partes, terá sido a machadada final.


Por isso, apesar de faltaram apenas cinco jornadas para o início dos play-offs, a Direção entendeu que era necessário seguir um rumo diferente e nomeou o adjunto Tom Soehn para orientar interinamente a equipa nesta ponta final da temporada.


“No que diz respeito ao momento, uma vez que tomámos a decisão de que íamos fazer uma mudança, para ser justos tanto para com o Jay como para connosco, não vimos ou sentimos necessidade de continuar como estávamos,” explicou Burns. “Do nosso lado, permite-nos ter tanto tempo [quanto possível] para realizar uma pesquisa detalhada em relação a um substituto permanente. E, também no que se refere ao Jay, fornece-lhe o máximo de tempo possível para procurar uma outra oportunidade.”


É certo que os resultados nas duas últimas temporadas não têm correspondido às expectativas, pois a equipa falhou os play-offs no ano passado, algo que provavelmente tornará a acontecer este ano. Mas, não se podem ignorar os sucessos de outras épocas.


“O Jay tem feito imenso pelo clube ao longo dos anos e conseguiu feitos consideráveis. Eu tenho um grande respeito por ele e desejo-lhe boa sorte nas próximas etapas da sua carreira,” concluiu Burns. “Esta decisão não foi tomada de ânimo leve, no entanto precisamos de ter melhor rendimento do que aquele que os resultados mostraram nas duas últimas temporadas, e esta temporada deixou-nos convencidos de que precisamos de seguir numa direção diferente.”


“O Jay deu ao clube o seu máximo como jogador e treinador, e nós estamos gratos por toda a sua paixão e trabalho árduo,” acrescentou Brian Bilello, Presidente do New England Revolution. “Estaremos sempre gratos pelos seus esforços em nos levar novamente a uma final da MLS Cup e uma final da Open Cup e desejamos-lhe tudo do melhor no futuro.”


Jogadores assumem responsabilidade

Como já só faltam cinco jornadas para o final do campeonato, a demissão de Jay Heaps apanhou até os próprios jogadores de surpresa. Mesmo assim, no balneário reconheceu-se que a saída do treinador se ficou a dever igualmente ao desempenho de alguns jogadores.


“Todos nós estamos desiludidos com tudo isto, metemo-nos nesta situação difícil e infelizmente o Jay pagou a fatura,” reconheceu o central Antonio Delamea. “Mas, acho que agora depende de cada um de nós, todos têm que assumir a sua própria responsabilidade.


“Foi difícil, foi difícil treinar [na terça-feira], sentiu-se que a energia não estava certa e eu só espero que consigamos um bom resultado no sábado, seja de que maneira for.”


Claude Dielna, o experiente central Francês contratado no fim da janela de inscrições no verão, acrescentou que “os jogadores ficaram desiludidos” quando foram informados pela Direção do clube de que iria haver mudança no comando técnico da equipa, mas relembrou que “a vida no futebol é assim, agora precisamos de lutar por ele, pelo clube. Mas, não foi só ele, nós os jogadores estamos dentro do campo, por isso nós também somos responsáveis, pelo que no sábado precisamos de ganhar este jogo para todos.”


Chris Tierney, que está no Revolution desde 2008, foi dos mais afetados pela decisão, pois foi colega de equipa de Jay Heaps durante duas temporadas e foi orientado por ele desde 2011.


Depois de agradecer a nível pessoal tudo que o antigo treinador fez por ele, Tierney considerou que “este é um momento difícil para este clube. O Jay deu tudo o que tinha para dar, tem sido parte importante desta equipa há muito tempo, é algo difícil para nós engolirmos, mas o desporto profissional é mesmo assim e nós temos que tentar fazer o melhor possível durante os jogos que faltam.”


O médio Kelyn Rowe, que está no Revolution desde 2012 e portanto não conheceu nenhum outro treinador desde que chegou a Foxboro, confessou que a saída de Heaps “afetou drasticamente todo o grupo de trabalho.”


Mas, da parte dos jogadores, agora não há nada a fazer.


“Nunca é fácil ver alguém sair deste clube, quer seja da equipa técnica ou jogadores, seja quem for,” acrescentou Rowe. “Foi difícil, mas a decisão foi tomada e está fora das nossas mãos. Por isso, neste momento, temos que seguir em frente e enfrentar estes cinco jogos que se seguem.”


Cabe agora a Tom Soehn a responsabilidade de manter a equipa unida nestas cinco partidas finais. Durante as três últimas temporadas, Soehn foi adjunto de Jay Heaps, pelo que a saída do amigo foi uma medida difícil de digerir.


“Têm sido uns dias muito difíceis para a equipa técnica,” admitiu Soehn. “Obviamente, a nossa equipa técnica era muito unida e perder o Jay faz-nos sentir como se tivéssemos perdido alguém da nossa família, especialmente alguém que fez tanto para o clube. Doeu. Reunimo-nos com o grupo, com a equipa, reunimos individualmente com todos para ter a certeza de que todos têm a cabeça no lugar certo.”


Ainda faltam cinco jogos

Presentemente, o Revolution encontra-se em oitavo lugar, mas a sete pontos de distância do sexto, último lugar que dá acesso aos play-offs. Mesmo assim, ninguém está disposto a atirar a toalha ao chão.


“A única coisa que podemos controlar é a forma como jogarmos,” explicou Soehn. “Temos cinco jogos para fazer isso, pelo que pedi a todos para colocarem tudo de lado e concentrarem-se primeiro na equipa, pois isso é tudo o que podemos fazer.”


“Faltam cinco jogos e se quisermos chegar aos play-offs, ainda há esperança, precisamos de ganhar todos os jogos,” acrescentou Antonio Delamea.


Na opinião de Chris Tierney, “ainda há muito em disputa até sermos matematicamente eliminados dos play-offs. Primeiro do que tudo jogamos para isso, em segundo lugar há postos de trabalho em dúvida, a rapaziada está a prestar provas para os seus lugares neste clube, e temos muito a provar.”


Assim como Jay Heaps foi dispensado pela falta de resultados, também os jogadores serão chamados à responsabilidade no final da temporada. Kelyn Rowe reconheceu que nos próximo jogos os jogadores vão ter que “lutar pelo nosso orgulho, lutar pelos nossos postos de trabalho, é uma espécie de aviso para despertarmos. Estas coisas não vêm de ânimo leve, temos que trabalhar todas as semanas, e se não o fizermos o nosso lugar fica disponível.”


Toronto está em primeiro, mas vem de uma derrota

O jogo que se segue terá lugar no sábado, com início pelas 17:00, no Gillette Stadium. O adversário é o líder isolado da Conferência Este, o Toronto FC, que no entanto perdeu na quarta-feira à noite, 5-3, frente ao Montreal Impact, num encontro em que sofreu três golos nos primeiros 24 minutos. Mesmo assim, Toronto continua com 11 pontos de avanço sobre o segundo classificado, o New York City FC.


O jogo terá transmissão em direto através da CSN New England, com relato de Brad Feldman, comentários por Paul Mariner e entrevistas conduzidas por Naoko Funayama. Na rádio, o relato em inglês pertence à 98.5 The Sports Hub, e em Português à 1570 WMVX Nossa Rádio.


Na página oficial do Revolution no Facebook, Gabriella DiGiovanni e Jeff Lemieux vão fazer a antevisão da partida 30 minutos antes do apito inicial.


Toronto é um favorito claro, situação de todo semelhante à que se vivia a 3 de junho, data da última visita da turma canadiana a Foxboro. Mas, o Revolution, com a melhor exibição da temporada até aquela altura, impôs-se de forma convincente, vencendo por 3-0. Os jogadores acreditam que podem repetir o feito.


“Vamo-nos apoiar na forma como jogámos da última vez que jogámos contra eles aqui em casa e usar isso como um alicerce,” indicou o técnico Tom Soehn. “Eu não posso enfatizar de forma mais gritante a necessidade de nos mantermos unidos. Por vezes isso acontece com naturalidade nos momentos adversos. Vamos inspirar-nos para termos a certeza de que todos estão a lutar uns pelos outros.


“Sabemos que temos um grande teste pela frente e vamos ter que o acolher e lidar com ele.”


Claude Dielna reconhece que Toronto tem uma boa equipa, mas considera que “o passado já lá vai, agora é um dia novo, uma semana nova, um novo jogo, por isso temos trabalhado nos treinos durante toda a semana para ganhar este jogo.”


Já Chris Tierney sugere que, independentemente do valor de Toronto, o mais crucial neste encontro será a atitude do Revolution.


“Este jogo vai ser totalmente decidido pelo que nós fizermos,” explicou Tierney. “Vamos enfrentar a melhor equipa da liga, mas se nós abordarmos este jogo de forma adequada e respondermos da forma que a situação merece, deveremos conseguir um bom resultado.”


Embora dentro da mesma linha de pensamento, o tom mais otimista veio do central Antonio Delamea.


“Muito honestamente não tenho medo deles, tenho mais medo de nós próprios,” concluiu Delamea. “Se jogarmos como temos feito no passado, especialmente em casa, onde temos feito bons jogos, e se a nossa mentalidade, a forma como abordarmos o jogo, for como costuma ser aqui, em Foxboro, penso que podemos conseguir a vitória que queremos.”